terça-feira, 24 de abril de 2012

Diga não a validação automática dos diplomas de Medicina de outros países

     Nesta terça feira dia 24 de abril os acadêmicos de medicina da Universidade Nilton Lins, UFAM e UEA protestaram contra o projeto de lei 15/2012 de senadora Vanessa Grazziotin, o projeto tem como objetivo o reconhecimento de diplomas de cursos de graduação em medicina expedidos por instituições estrangeiras de ensino superior, principalmente da Faculdade Latino-americana de Medicina de Cuba onde o ingresso de estudantes nas universidades se dá pela afinidade ideológica e a grade curricular não corresponde com a nossa. Como pode um médico exercer a medicina sem ter cursado disciplinas como Farmacologia, Clinica Médica etc. São disciplinas básicas para o aluno ser um médico. 
     A senadora esta tentando ignorar uma portaria interministerial, de 18 de março de 2011 que instituiu o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Universidades Estrangeiras (Revalida). Pelo Revalida, os graduados em Medicina em instituições de ensino estrangeiras terão que fazer uma prova teórica e outra de prática de habilidades clínicas. Segundo o governo federal, a avaliação será feita a partir da matriz de correspondência curricular, um documento elaborado pela subcomissão de revalidação tendo como referência as diretrizes curriculares nacionais do curso de medicina no Brasil. 
     A senadora alega que os médicos brasileiros não querem trabalhar no interior. Mais pior ainda é imaginar que, em algum momento, o governo brasileiro permita que cidadãos do nosso país, moradores do interior, sejam atendidos por médicos que não passaram pelo nivelamento técnico. Ao invés disso, a classe médica, através dos seus Conselhos Regionais, defende a criação de uma carreira de estado para o médico do SUS, que garanta remuneração adequada, progressão funcional e condições de trabalho. 
    É preciso que haja uma avaliação igualitária e que realmente teste os conhecimentos dos formados em instituições estrangeiras para que atuem em consonância com a realidade brasileira, como sempre ocorreu. Por isso, a validação automática destes diplomas é tão preocupante. Nós estudantes de Medicina e a população devemos mostrar-se contrários às medidas de facilitação, para que a prática da nossa Medicina seja resguardada. Quero deixar bem claro que não sou contra a revalidação dos diplomas de instituições estrangeiras. Mas é preciso que haja critérios e que o estudante passe por um avaliação. 
    Queremos discutir de maneira coerente, visando a melhoria para a população e para a classe médica. Hoje não temos condições adequadas de trabalho, medicina não pode ser feita simplesmente com o estetoscópio, precisamos de infraestrutura. Nunca é demais falar que para trabalhar no interior precisamos da criação de uma carreira de estado para o médico do SUS, que garanta remuneração adequada, progressão funcional e condições de trabalho ou ficaremos isolados sem perspectivas. Queremos chamar  a atenção do poder publico para os diversos problemas que envolvem  a saúde em nosso estado. 




Nenhum comentário: