quinta-feira, 15 de março de 2012

USP leva Brasil à elite do ensino mundial, destaca ranking Times





ANGELA CHAGAS


A Universidade de São Paulo (USP) foi incluída na lista das 100 instituições de ensino superior do mundo com a melhor reputação, segundo um ranking divulgado na noite de quarta-feira pelo instituto britânico Times Higher Education (THE). Em entrevista ao Terra, o editor do ranking, Phil Baty, disse que universidade levou o Brasil ao topo do ensino mundial. "O top 100 representa 0,5% das instituições de ensino superior do mundo, então esse é um grupo muito exclusivo. São apenas 19 países na lista e o Brasil está entre eles", afirma Baty.

Veja as 10 universidades com a melhor reputação

O ranking foi montado a partir de uma pesquisa para convidados com respostas de pelo menos 17 mil acadêmicos e pesquisadores de diferentes países. Os resultados reforçam a posição predominante das universidades americanas. Na lista das 10 melhores estão sete instituições dos Estados Unidos, duas do Reino Unido e uma do Japão. A USP aparece entre as 70 melhores e é a única representante da América Latina. Para o editor do Times Higher Education, a posição da universidade brasileira, que passou a integrar a lista pela primeira vez, reflete o crescimento econômico do Brasil. " Recentemente o Brasil superou o Reino Unido, se tornando a sexta economia do mundo. Existe uma sensação muito forte de que excelentes trabalhos de pesquisa estão sendo feitos no País. Os acadêmicos de outras partes do mundo estão interessados em trabalhar com os estudiosos brasileiros e acho que isso vai ter cada mais impacto sobre a classificação das universidades brasileiras", disse, ao destacar que além da USP, outras instituições podem ingressar no ranking nos próximos anos. No entanto, Baty ressalta que o ranking de reputação leva em conta critérios subjetivos, já que é elaborado a partir da opinião dos acadêmicos. Segundo ele, no Ranking Mundial de Universidades - divulgado anualmente pelo instituto no mês outubro - a universidade brasileira ainda não aparece entre as 100 melhores. "Precisamos levar em conta que a posição no ranking de reputação é bem superior ao ranking mundial, que é feito com base em 13 indicadores de desempenho muito rígidos", afirma. O último levantamento do Times Higher Education apontou a USP na posição 178º. Entre os critérios desse levantamento, estão o número de estudos publicadas, a qualificação do corpo docente e o investimento em pesquisa. Ele diz ainda que a reputação da universidade é muito importante, já que esse critério "ajuda a atrair professores, estudantes, novos parceiros para pesquisa e ainda investimentos". Segundo Baty, fazer parte do seleto grupo de universidades que estão no topo da lista - como Harvard e MIT - demanda tempo e investimento. "As universidades levam muito tempo para desenvolver suas pesquisas e melhorar a qualidade do seu ensino. Então eu não acredito que o Brasil possa aparecer na lista das dez melhores a curto e médio prazo. Mas nos países onde os interesses econômicos passam pelas universidades, impulsionando a inovação e o conhecimento, o retorno vem cada vez mais rápido", completa.

Reitor da USP comemora resultado

Após a divulgação do ranking que mede a reputação das universidades, o reitor da USP, João Grandino Rodas, comemorou os resultados que colocam a instituição na lista das 70 mais prestigiadas no mundo. "A USP está no caminho certo. Tal convicção vem sendo reforçada pelas últimas edições de diferentes rankings", afirmou Rodas. "A excelente posição alcançada pela USP na última edição do THE, é especialmente significante, por ser resultado de avaliação de pesquisadores, professores e alunos", comentou Rodas. Ele disse ainda que a instituição deve buscar a excelência em todas as áreas de estudo. "As boas classificações que a universidade vem recebendo nos últimos anos, além de servirem para aumentar nossa satisfação, devem fazer refletir, de um lado, que a caminhada para a excelência não permite descanso. E, de outro lado, que quando se fala em USP, refere-se a uma média, para a qual contribuem diferentemente os 58 órgãos, que a compõem. Cada um desses órgãos deve examinar qual vem sendo sua contribuição para a referida média e incrementá-la"





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